A EPE realizou o Curso básico sobre planejamento do setor elétrico brasileiro e o contexto do projeto da UHE Bem Querer no escritório da EPE, no Rio de Janeiro nos dias 3, 4 e 5 de setembro de 2018. Além dos colaboradores da EPE, participaram do curso, técnicos do Consórcio Walm-Biota, responsável por elaborar os estudos socioambientais da UHE Bem Querer e técnicos da MRS, responsável pelos estudos indígenas do projeto da UHE Bem Querer.
O principal objetivo do encontro foi compartilhar com os técnicos envolvidos no projeto da UHE Bem Querer o conhecimento que a EPE possui sobre o planejamento do setor elétrico. Assim, todo o curso foi estruturado para que ao final os participantes pudessem compreender o processo envolvido na elaboração dos estudos do planejamento elétrico brasileiro.
Para isso, no primeiro dia, o Diretor de Estudos de Energia Elétrica, Amilcar Guerreiro, apresentou o histórico do setor elétrico brasileiro, o papel dos agentes do setor, incluindo a EPE, e a matriz energética brasileira. Na sequência, os colaboradores Isabela Oliveira, João Mello e Arnaldo Júnior da área de estudos econômico-energéticos da EPE mostraram como é elaborado o cenário econômico que irá definir o quanto de energia os brasileiros precisarão nos próximos anos. Finalizando a parte da manhã, Gabriel Konzen apresentou, ainda no contexto de estudos de longo prazo para a expansão de energia elétrica, as fontes de energia que estão disponíveis para serem exploradas e as características de cada uma delas.
Na parte da tarde, o colaborador da área de meio ambiente, Marcos Conde, explicou onde a análise socioambiental é inserida nos estudos de longo prazo e quais são os mecanismos de participação da sociedade. Já o superintendente de Planejamento da Geração, Jorge Trikenreich, fez uma apresentação sobre o Plano Decenal de Energia (PDE), documento produzido pela EPE que traz uma indicação da expansão do setor de energia nos próximos dez anos, e o contexto da UHE Bem Querer nesse estudo.
Como Roraima ainda não faz parte do sistema elétrico interligado brasileiro, no segundo dia de curso o consultor da EPE, Gustavo Ponte, falou sobre os estudos de planejamento dos sistemas isolados. Gustavo apresentou as alternativas de curto, médio e longo prazo para garantir o atendimento de energia elétrica e a segurança energética para a região. Foram apresentados ainda os benefícios da implantação da UHE Bem Querer, como o fato da usina possuir grande capacidade instalada, contribuindo para estabilidade no fornecimento de energia elétrica aos consumidores.
Sobre as linhas de transmissão de energia e subestações, Vinicius Martins expôs como é feito o planejamento, quais são os atores envolvidos e quais são as principais motivações para a expansão desse sistema. Já Kátia Matosinho complementou abordando os estudos socioambientais associados ao planejamento das linhas de transmissão.
Uma parte do curso foi também dedicada aos leilões de energia elétrica que são realizados para atender o consumo de energia elétrica da sociedade. Guilherme Fialho explicou os diferentes tipos de leilões, a atuação da EPE na análise dos projetos e a trajetória dos preços das fontes.
O projeto da UHE Bem Querer existe hoje porque alguns estudos estão sendo realizados desde 2007. O primeiro deles foi o estudo de inventário hidrelétrico da bacia do Rio Branco, que selecionou o melhor conjunto de aproveitamentos para geração hidrelétrica na bacia do ponto de vista econômico, energético e ambiental e incluiu o estudo da avaliação ambiental integrada (AAI) do conjunto de aproveitamentos hidrelétricos selecionado. A usina hidrelétrica Bem Querer, que compõe esse conjunto de aproveitamentos, apresenta o maior potencial de geração de energia elétrica dentre os quatro aproveitamentos indicados no estudo de inventário hidrelétrico. Sobre o desenvolvimento dos estudos de inventário e AAI falaram os consultores Regina Toledo e Hermani Vieira. Após a aprovação do estudo de inventário da bacia do rio Branco em 2011, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), teve início a fase de estudos de viabilidade da usina hidrelétrica Bem Querer, composta pelo desenvolvimento do estudo de impacto ambiental (EIA), dos estudos socioambientais associados ao licenciamento e dos estudos de viabilidade do projeto da usina hidrelétrica Bem Querer. Os estudos desenvolvidos na fase de viabilidade visam detalhar o projeto e verificar a sua viabilidade técnica, econômica e socioambiental. Regina Toledo abordou as etapas que integram os estudos de viabilidade.
Fechando o curso, Carolina Braga, da EPE, e Mary Lima, do consórcio Walm-Biota, conversaram com os presentes sobre a importância da comunicação entre todos os envolvidos no projeto. Segundo elas, é fundamental que as informações disponibilizadas sobre a UHE Bem Querer sejam claras e qualificadas e que a população seja envolvida a participar desde o início dos estudos. A realização desse curso, e das reuniões públicas informativas, foi o uma maneira inicial de estarmos alinhados com esses objetivos. As apresentações realizadas estão disponíveis para consulta aqui.
Quer conhecer um pouco mais da EPE? Acesse nosso site!
Continue acompanhando outras ações no site!