Arqueologia é a ciência que estuda a cultura por meio dos vestígios e restos materiais (cultura material) deixados pelos povos que habitaram a Terra. Devido a sua importância para a sociedade, é fundamental investigar os sítios arqueológicos e bens culturais na região da UHE Bem Querer, buscando assim evitar e/ou minimizar os impactos que possam ser causados com a construção da hidrelétrica.
Para isso, o estudo de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico e Levantamento e Avaliação de Bens Culturais Tombados, Valorados e registrados busca identificar, proteger e divulgar o patrimônio histórico-cultural e arqueológico da região. Realizado pela equipe do Consórcio Walm-Biota, o estudo envolve pesquisas a partir de documentos, livros, teses e revistas especializadas, além de levantamentos de campo na área de estudo.
O estudo sobre patrimônio também auxilia os órgãos que participam do processo de licenciamento ambiental a se manifestarem sobre os impactos da usina nos assuntos da sua responsabilidade. No caso, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) acompanha o estudo desde seu início, por meio das contribuições ao Termo de Referência para elaboração do EIA/Rima, da aprovação do projeto de avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico, e da avaliação das propostas de medidas de controle e mitigação dos possíveis impactos da UHE Bem Querer. Após o término destas etapas listadas o instituto apresentará ao IBAMA a manifestação técnica conclusiva.
Após a autorização do IPHAN, as pesquisas de campo de arqueologia foram iniciadas em julho de 2019, período de cheia do rio Branco, com o foco na área prevista para a construção da Linha de Transmissão associada à usina. Nas áreas planejadas para o reservatório, o trabalho de campo ocorreu no período de seca do rio Branco, entre setembro e outubro de 2019 e também em fevereiro de 2020.
Em novembro de 2019 diversas ações de divulgação científica sobre os estudos de arqueologia da UHE Bem Querer ocorreram em escolas e universidades de Boa Vista, capital de Roraima. Estudantes, professores universitários e especialistas participaram de palestras, oficinas e outras ações de divulgação.
Houve uma etapa complementar de trabalho de campo entre fevereiro e abril de 2023. Neste período foram avaliadas áreas de alto potencial arqueológico na área de influência do projeto da UHE Bem Querer, que não puderam ser acessadas anteriormente pela equipe de pesquisadores.
Como resultado dos trabalhos executados em todas as etapas da pesquisa foram identificadas 26 áreas vestigiais, das quais 21 foram consideradas sítios arqueológicos e 5 ocorrências.